Imagem 1 - Ilustração da capa do livro
INTRODUÇÃO
- A presente pesquisa resultou de algumas leituras feitas para atender a uma funcionaria da Radio de France, que veio de Paris para entrevistar pessoas das ilhas de Villegagnon e de São Luis. Queria confirmar a influência francesa nessas plagas, possivelmente deixadas no século XVII, por ocasião da tentativa da formação de colônias no sul do continente americano.
- O Maranhense tratou de cultivar o seu orgulho, buscando mecanismo de defesa que obnubilasse seu desencanto. Passou a louvar o passado, mostrando para o resto do Brasil aquela província diferente, de povo educado, instruído, culto, sempre atento à questão vernacular, sementeira de poetas e literatos. Para confirmar essa singularidade, transladou a fundação de São Luis das mãos portuguesas para as francesas, inversamente à historia das outras cidades brasileiras.
Imagem 2 - Ilustra a conquista do Norte do Brasil
A
FRANÇA EQUINOCIAL
- Desde o século XVI, piratas franceses frequentavam o litoral maranhense. A ausência portuguesa adveio de varias tentativas frustradas, por naufrágio, de seus donatários e do fracasso de outras expedições por terra. Iniciativas que indicam o constante interesse dos lusitanos pela região.
- Convencido por Charles des Vaux da importância de uma colônia no Norte do Brasil, Henrique IV autorizou La Ravardière, em companhia do proponente, certificar-se das vantagens oferecidas na Ilha do Maranhão.
- Adiado o projeto, somente em 1611 Daniel de La Touche, senhor de La Ravardière, François de Razilly e Nicolas de Harley, conseguiram a autorização de Maria de Medici para formar uma empresa mais lucrativa que as vantagens obtidas por uma simples feitoria.
- Organizada a frota, zarparam de Cancale a 19 de março, chegando no golfão maranhense a 26 de julho de 1612. Fundearam uma ilha menor e após confirmada a receptividade nativa, trataram de passar para a Ilha Grande.
- Transferidos para Upaon- Açu, nativos e franceses logo iniciaram a feitura de palhoças para a acomodação de parte dos integrantes da esquadra e, grupos de dez ou doze franceses preferiram residir nas aldeias.
- Começaram também os trabalhos necessários para a realização da cerimonia religiosa, costumeira à chegada em terra desabitada.
- Escolheram um lugar estratégico, com visão para os dois braços dos rios que circundam a Ilha, a ponta de um rochedo inacessível e mais elevado que todos os outros, e adaptaram as vinte peças de artilharia trazidas com a esquadra, e deram o nome de Forte de Saint- Louis, em homenagem a Luis XIII.
Imagem 3 - Louis XIII
- Em carta, Louis de Péziex falou de detalhes importantes sobre a situação estratégica do forte que "não poderia estar melhor situado, fortificado pela própria natureza..."
- Alem de algumas choupanas de um e dois pavimentos para residencia, os franceses levantaram um grande armazém para deposito de toda carga. esse nucleo escolhido pelos recém-chegados para se instalarem corresponde à avenida D. Pedro II e adjacências, centro dos atuais poderes Executivo e o Judiciário maranhense, com seu tribunal de justiça localizados na referida Avenida, além do Legislativo, com sede da Assembleia dos Deputados, na atual Rua do Egito.
Imagem 4 - cartão-postal, São Luis, Praça D. Pedro II
Prefeitura Municipal e Palacio dos Leões
- A ausência de construções definitivas pode ser talvez justificada pela insegurança da propriedade da terra, pela prioridade de duas frentes de trabalho ou por concordarem ser precoce a escolha para a sede da sonhada França Equinocial.
- para o reconhecimento da área a ser trabalhada, visitaram todas as aldeias da Ilha e em algumas, maiores, ergueram capelas, com o material e técnica usados pelos nativos.
- pelo pouco tempo que passaram aqui, o trabalho missionário dos clérigos franceses não deve ter sido muito efetivo.
O FIM DE UM PROJETO
- Em junho de 1613, Daniel de La Touche retornou às pressas depois da noticia do aparecimento na Ilha-Grande, pelo lado do Itapari, da nau portuguesa Santa Catarina, com vinte e cinco soldados e sete indígenas.
- Os recém-chegados desembarcaram no porto do Cahur, atearam fogo num armazém e deixaram um letreiro avisando da chegada do capitão Martin Soares Moreno, por ordem do rei de Portugal.
- Percebendo o perigo ibérico, os franceses trataram de melhorar suas defesas, colocando dois canhões nas barreiras do Itapari e do Cahur, fortificando, assim, a parte oriental da Ilha. também solicitaram reforços da França, não sendo imediatamente atendidos, nem a contento.
- Somente em abril de 1614 Razilly conseguiu apoio de particulares e reuniu fundos necessários à partida da segunda companhia rumo ao Maranhão.
- Embora a chegada da Regente enchesse os gauleses de confiança, ainda estava muito viva a ameaça lusitana.
- A 26 de outubro de 1614, os portugueses chegaram à foz do rio Periá onde logo construíram o forte de Santa Maria. Algumas escaramuças antecederam a batalha de Guaxenduba, travada no fatídico dia 19 de novembro de 1614, com a aparentemente inexplicável derrota dos franceses, apesar de seus sete navios, quarenta e seis canoas, mais de trezentos franceses e cerca de dois mil índios sob comando do próprio La Ravardière.
Imagem 5 - expulsão dos franceses do Maranhão 1615
- Ocupado o Forte Saint Louis, assim como toda a região, deu-se a reintegração do Maranhão aos lusitanos, no dia 2 de novembro de 1615. Reintegração precedida da reconquista, selada pelo documento de trégua assinado pelos dois comandantes beligerantes, a 27 de novembro de 1614, ocasião em que Jeronimo de Albuquerque acrescentou o agnome de Maranhão.
A HERANÇA FRANCESA
- o curto espaço de três anos de permanência da expedição francesa no maranhão os impossibilitou de deixar grandes marcas, especialmente porque depois da derrota, a 19 de novembro de 1614, até o retorno da nau Regente com a maior parte dos vencidos, a 16 de dezembro do mesmo ano, os gauleses ficaram em compasso de espera, nada acrescendo suas realizações.
- os únicos sinais de ocupação francesa são: o local onde aportaram a posteriormente escolhido pelos lusitanos para a construção da cidade de São Luis; as improvisadas capelas, melhoradas pelos missionários portugueses e tornadas núcleos religiosos, perdurados até nossos dias; e o nome do Forte de São Luis, transposto pelos portugueses para a cidade.
- Por todo o seculo XX permaneceu na memoria coletiva uma origem francesa: o ludovicense faz questão de passar de geração para geração a fundação de São Luis pelos franceses e não por portugueses, como aconteceu com a maioria das cidades brasileiras.
- A França Equinocial foi uma frustrada tentativa francesa de instituir uma colonia no norte do Brasil, cuja extensão não se resumiria a Ilha do Maranhão. Pela iniciativa de reconhecimento do continente até o Amazonas, presume-se a grande extensão pretendida pelos gauleses para sua futura colônia.
- Embora os franceses tenham sido considerados invasores e não fundadores, pois, de fato, La Ravardière não foi nenhum Nassau do maranhão, a partir do seculo XX, a afirmação de que São Luis foi fundada pelos franceses foi dita e repetida com certo orgulho pela elite ludovicense.
Imagem 6 - Cidade de São Luís do Maranhão. Planta anterior a 1647.
- As primeiras providencias lusitanas para a fundação da nova Colonia foram a organização física e institucional da cidade de São Luis.
- Em 1621 foi criada a Câmara Municipal, com as funções legislativa, administrativa e politica, exercidas por dois vereadores, dois juízes e um procurador. Terras foram distribuídas aos povoadores e doado antigo sítio, hoje Rua do Egito, à Ordem Carmelita.
- Estava criado o Estado do Maranhão, conforme a carta régia de 4 de maio de 1617 por Felipe III, de Espanha e II, de Portugal.
Imagem 7 - ilustra Jerônimo de Albuquerque Maranhão
- Nos dois anos de governo, Jerônimo de Albuquerque Maranhão remodelou o forte, antes Saint Louis, agora de São Felipe, terminou as obras do Forte São Francisco, arruou a cidade de acordo com sua primeira planta, instalou uma olaria para cobrir de telhas as casas, iniciou a construção de um prédio maior para a residencia dos capitães-mores, depois casa dos governadores, posteriormente reformada e, hoje, Palácio dos Leões. toda extensão correspondente à parte que vai da Avenida D. Pedro II ao Cutim foi considerada propriedade do município.
O SÉCULO DO GALICISMO
- Entre 1780 E 1820, a Capitania do Maranhão experimentou uma posição ímpar no cenário econômico brasileiro. Jerônimo Viveiros afirma que a riqueza trouxe uma elevação cultural e consequente modificação da sociedade maranhense, o que possibilitou sua projeção no âmbito intelectual.
- De imediato, houve uma reação às ideias advindas do movimento revolucionário francês e até mesmo a proibição da entrada em São Luis de obras consideradas demoníacas; porém, logo nas primeiras décadas do seculo XIX despontou a influencia politica e ideológica francesa em discursos de deputados maranhenses; os temas políticos, ideias liberais, e o vocabulário aparecem nos poemas, romances e artigos de jornais dos letrados ludovicenses.
- Maranhenses estudaram Medicina na França e colegas descendentes ou mesmo franceses, também vieram exercer a profissão de Hipócrates, no Maranhão.
- As gerações de 1820 em diante receberam uma formação européia, coimbrã, britânica ou francesa, prevalecendo, contudo, os hábitos parisienses.
- A partir de 1832, rapazes menos endinheirados foram estudar na Faculdade de Direito de Olinda/Recife. Também esses bacharéis discutiam e propagavam as ideias de além-mar.
- os costumes patriarcais da Província foram se modificando: as boas maneiras cuidadosamente praticadas, e certos usos anteriores foram abolidos.
- As damas antes transportadas nas tabocas, passaram a fazer suas visitas transportadas nos palanquins, uns dourados, outros pintados a oleo, outros entalhados com estofados e sanefas de gorgorão, portinholas desenhadas, à imitação europeia. os negros carregavam esse palanquins em seus trajes com librés de cores berrantes, à moda da corte francesa.
Imagem 8 - ilustração de palanquim
- A assimilação da moda francesa foi quase universal e o Maranhão não fugiu à regra. O vestuário se transformou. As saias de seda, as camisas de cambraia e o xale de lã foram substituídos por pelas saias de balão e os corpetes de pafos com talas de baleia. os reclames publicados nos jornais a partir de 1850 anunciavam as anáguas de balão, confeccionadas pela Madame Thereza Vietti Balico, costureira italiana, disciplula de Fornach, Paris.
- Os homens abandonaram a casaca de seda cor de pérola e o calção de cetim azul pela casaca, a sobrecasaca e a calça de casimira francesa, peças costuradas pelo famoso alfaiate Etienne Hoefer, radicado em São Luis.
Imagem 9 - gravura da moda francesa seculo XIX
- Os irmãos Bluhm, alemães educados na Inglaterra e residentes em São Luis, fabricavam chapéus do mais alto estilo britânico para homens, obedecendo rigorosamente à moda londrina. As joalherias vendiam muito contos em joias. os cabeleireiros Fortunado e Louis Ory também acompanhavam os modelos lançados pelos seus conterrâneos e se ocupavam todas as horas possíveis em pentear as senhoras maranhenses para bailes, casamentos e festas religiosas, conforme deitava a moda francesa.
- Essa influência abrangeu a culinária. João Lisboa comparou as antigas barracas de toldos de lona, fornecedoras de alimentos suculentos e abundantes, como costeletas, lombinho de porco, torta de camarão, peixe guisado e escabeche. Tornou-se corriqueiro o uso de servir em bandejas de prata ou de faience o xerez, o madeira, o champanhe de ouro ou de purpura, o tocái, o lagrima cristi, a ambrosia, as capelas, trouxas de ovo, o leite creme, hatchis oriental à Monte-Cristo, os sorvetes gelados do Ocidente, o néctar dos deuses. Nada faltava nos casarões e era servido com a graça, presteza e ordem, ditadas pelas boas maneiras europeias.
- Muitas palavras francesas foram inseridas no vocabulário usual do Maranhense. Pessoas nascidas nas ultimas décadas do seculo XIX e que viveram algumas décadas do seculo XX, vez por outa falavam expressões francesas, tais como, tout le mond, partout, laissez faire, etc.
- Até meados do seculo XX, a linguagem do maranhense diferia dos outros Estados vizinhos, pelo uso de expressões francesas substitutivas das palavras análogas do venáculo português, tais como, matinée (matinal), liseuse (golão), chambre (camisola), coquette (elegante), coqueluche (em moda), rouge (carmim), dentre outras. Isto expressa a conservação daquela mentalidade segundo a qual o maranhense era diferente.
- O teatro mudou de feição. companhias liricas europeias passaram a vir a São Luis cantar para um publico mais sofisticado.
- Toda essa transformação da sociedade está registrada em jornais e na literatura, porém é interessante perguntar se a maioria da população era ilustrada, ou essa frequência ao Teatro acontecia em função do papel social, sem, contudo, haver um conhecimento mais profundo do que está sendo exibido.
- Até as obras escritas na língua portuguesa, não raro, continham expressões ou citações no idioma francês.
- os casarões de estilo colonial português também abrigaram salas sofisticadamente decoradas numa imitação aos salões da nobreza francesa.
- Nas ultimas décadas do século XIX até a terceira década do seculo XX, um grupo mais ou menos coeso de jovens intelectuais trabalhou pensando em preservar tradições engendradas em tempos faustos.
A IDEOLOGIA DA SINGULARIDADE
- A Coroa portuguesa instituiu o Estado do maranhão independente do Estado do Brasil. conforme carta régia de junho de 1621. Referida separação não foi somente institucional, chegando a ser psicológica: mais particularmente, o ludovicense não se sentia brasileiro. somente em 1823 o Maranhão integrou-se ao Brasil, desvinculando-se do jugo português.
- Aquele momentâneo crescimento econômico - 1850 a 1870 - estimulou o luxo, a sofisticação, alterou o comportamento da elite, emergindo uma mentalidade de superioridade da terra e do homem maranhense, e indicando uma tentativa vigorosa de afastamento lusitano. Nesse ambiente, surgiu a ideia de uma elite diferente em comparação com o resto do Brasil.
- Alguns atribuem à riqueza trazida pelo algodão no início do seculo XIX, a florescência intelectual, geradora de uma configuração cultural singular, num momento de emergência de autonomia politica e administrativa do Brasil.
Imagem 10 - Gonçalves Dias fez parte de um grupo de intelectuais que cantou riquezas e a beleza do torrão natal.
Na Canção do Exílio ele expressa bem o louvor à terra, característico da época.
- O culto àquela imagem de sociedade instruída, representada por uma constelação de estudiosos e intelectuais criativos, rendeu ao Maranhão o cognome de Atenas Brasileira e ao maranhense o estatuto de ateniense, generalizando o que era mais imaginário que real, dissimulando uma visão concreta e efetiva daquela sociedade elitista e preconceituosa.
- A ideia de que a Atenas Brasileira era especial e superior foi aceita também pelos menos favorecidos, e o Maranhão em seu declínio econômico e cultural, por varias décadas foi nutrido por esse orgulho.
- Aquela efervescência intelectual do Maranhão do seculo XIX, tão cantada pelas gerações subsequentes, restringiu-se a uma fatia minima da população. A retumbante descrição desse passado resultou no começo de uma fantasia de singularidade, sempre crescente com o passar do tempo.
- Pela visão exagerada de todo um questionável esplendor, o maranhense sentiu-se superior às populações das outra províncias e procurou buscar uma diferença, ainda que mítica, em suas origens.
AS INDELÉVEIS MARCAS LUSITANAS
- As edificações de São Luis colonial, genuinamente portuguesas, foram conservadas e expandidas na época imperial, em seus rápidos períodos de bonança e influencia francesa.
- Até hoje são guardados os nomes das primeiras ruas, conservando o encanto muito especial das suas origens. Esses nomes diferenciam São Luis das outras capitais brasileiras, por lembrarem suas raízes lusitanas.
Imagem 11 - Mapa do Centro de São Luis apresentando nome de ruas
- Não há resquícios franceses na toponímia da Capital do Maranhão.
- Desde os primeiros anos de vida da cidade, essas ruas e largos foram palco das crianças nas suas distrações infantis. Brincadeiras de meninas e meninos foram transportadas de Portugal, assim como as festas religiosas, com seus largos, quermesses leilões e vendas de guloseimas.
- A importação de azeitonas portuguesas, azeite doce de Lisboa, alho, alcatrão, bacalhau português, canela, cebola, dentre outros produtos, aponta para o colono de São Luis estar muito preso ao cardápio lusitano, antes do Maranhão receber as grandes levas de escravos e consequentemente, sofrer as fortes influencias da culinária africana.
- Outras marcas poderiam ser citadas, dentre elas a musica e o folclore maranhense, que trazem forte acento português.
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Fonte ilustrações usadas:
Imagem 2- Ilustra a conquista do Norte do Brasil. Disponivel em:<http://www.consciencia.org/a-conquista-do-norte-historia-do-brasil>. Acesso em 20 jun 2015
Imagem 3 - Louis XIII. Disponivel em: <http://2emb0512.blogspot.com.br/2012/10/historia.html>. Acesso em: 20 jun 2015
Imagem 4- cartão-postal, São Luis, Praça D. Pedro II Prefeitura Municipal e Palacio dos Leões. Disponivel em:<http://www.selosefilatelia.com/PastaLancamentos2012/015.html>. Acesso em: 20 jun 2015
Imagem 5- A expulsão dos franceses do Maranhão em 1615. Disponivel em:<
Imagem 6 - Cidade de São Luís do Maranhão. Planta anterior a 1647. Disponivel em:<http://www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=alunos&id=400> Acesso em 20 jun 2015
Imagem 7 - ilustra Jerônimo de Albuquerque Maranhão. Disponivel em:<http://www.myheritage.com.br/photo-1500683_78109173_78109173/jeronimo-de-albuquerque-maranhao> Acesso em 20 jun 2015
Imagem 8 - ilustração de palanquim. Disponivel em:<
Imagem 9 - gravura da moda francesa seculo XIX. Disponivel em:<
Imagem 10 - Gonçalves Dias fez parte de um grupo de intelectuais que cantou riquezas e a beleza do torrão natal. Na Canção do Exílio ele expressa bem o louvor à terra, característico da época. Disponivel em:<
Imagem 11 -Mapa do Centro de São Luis apresentando nome de ruas . Disponivel em:<
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