terça-feira, 30 de junho de 2015

Fichamento da obra SÃO JOÃO EM SÃO LUÍS: O MAIOR ATRATIVO TURÍSTICO-CULTURAL DO MARANHÃO - PARTE II


OS 4 PRINCIPAIS SANTOS SÃO-LUISENSES DO MÊS DE JUNHO

Aqui nesse artigo, será apresentado os 4 principais santos que são homenageados durantes as Festas Juninas no Maranhão, segundo José Ribamar Sousa dos Reis, autor desta obra.


1. Antônio


Imagem 1- Santo Antônio

  • O nome de registro de Santo Antônio era Fernando de Bulhões y Taveira de Azevedo, teve a luz em Lisboa-Portugal, no dia 15 de agosto de 1195, em um palácio residencial situado defronte à Catedral de Lisboa. O nome dele teve origem espanhola Hernando, que significa ousado na paz.
  • Em 1210, com 15 anos de idade entrou para o convento de São Vicente de Fora, da Ordem dos cônegos de Santo Agostinho. Transferiu-se para o convento de Santa Cruz de Coimbra. Instalando-se mais tarde na confraria de Santo Antônio, foi quando passou a ser chamado de Antônio, tornando-se 1220 frade franciscano da Ordem de São Francisco.
  • Viajou ao Marrocos com a missão de evangelizar os muçulmanos. Adoeceu e teve que retornar a Lisboa. Uma forte tempestade acabou levando-o a Messina, na Sicília. Ministrou curso de Teologia em Bolonha, Montpellier, Tolosa e Pádua. Tornou-se orador de renome, em virtude de sua enorme cultura e do zelo no combate aos adversários da fé cristã.


O santo Padroeiro dos Casamentos (Casamenteiro)
  • Seu currículo foi bastante enriquecido não apenas pelos simples atos em lutas que foram continuas, as quais geram grandes conquistas na África, Itália, Portugal, Espanha e França, exatamente pelos milagres que lhe foram creditados, inclusive, o de ressuscitar um morto.
  • As mulheres solteironas dedicam-lhes a maior devoção, sempre lhe fazendo louvações na esperança do Santo lhes arrumar um bom casamento.


Santo Antônio Brasileiro
  • No Brasil, são inúmeras as historias, as homenagens, os agradecimentos do povo brasileiro em todos os seus quadrantes, com a finalidade maior de louvar Santo Antônio, tão português, mas muito brasileiro.
  • Santo Antônio morreu bastante jovem, tinha apenas 35 anos de idade, na Itália, mais precisamente na cidade de Arcela em 13 de junho de 1231 e foi sepultado em Pádua.
  • A Igreja Católica outorgou-lhe vários títulos, entre eles, estão: Consolador dos Aflitos, Medicina dos Enfermos, Esperança dos Desesperados, Doutor Evangélico. Pacificador dos Tumultos, Libertador dos Cativos, Pregão de Verdade, Protetor dos Namorados e Doutor da Igreja. Este ultimo titulo lhe foi concedido pelo Papa Pio XII, a 16 de janeiro de 1946.
  • É também conhecido com o nome de Santo Antônio de Lisboa, onde nasceu o Santo Antônio de Pádua, onde foi sepultado. É um Santo por demais popular no Brasil, possui devotos em território nacional, que lhe dedicam responsos e orações sobre os mais variados milagres alcançados.

   De Protetor dos comerciantes a Achador de Coisas Perdidas
  • Na verdade é um Santo de todo o mundo. Achador de coisas perdidas; patrono dos posseiros portugueses e orago dos soldados; protetor dos comerciantes varejistas, em virtude disso, muitas casas comerciais o guardam em redomas e ou pequenos altares no alto das prateleiras, sempre iluminado.
  • A vida de Santo Antônio serviu e ainda serve para inspiração de infinitas citações literárias.
  • Trazido pelos nossos colonizadores portugueses, o Culto Antônio aqui, no Brasil, se divulgou e o tempo o fixou. São intocáveis suas orações, as que os seus devotos lhes dedicam, em especial as citadas nas Trezenas e a recitação do responso, infalível na obtenção de graças.
  • As Trezenas representam treze dias dedicados ao santo, seguidos de orações e leituras de suas proezas em vida, isso acontece em terças-feiras seguidas.
  • O nome do santo foi por demais utilizado para titular muitos municípios, vilas e lugares pelo Brasil que são inúmeras localidades, no Estado do Maranhão temos Santo Antônio dos Lopes que é um município e no município de Codó existe um lugar denominado São Antônio dos Preto, que foi sede de um Quilombo, mas existem outros tantos lugares e vilarejos com o nome do Taumaturgo.


Santo Antônio, cultuado em outra religiões
  • Outras religiões, além da católica, cultuam Santo Antônio, até mesmo na Mina o santo é louvado e pelos ortodoxos, índios da América do Norte e os pagãos China. Na Mina ele é equivalente a Ogum.


Santo Antônio na Louvação dos São Luisenses
  • Segundo o que colhemos junto aos seminaristas, todos os anos centenas de pessoas escrevem bilhetes para Santo Antônio solicitando casamento, cura de doenças e emprego. Observaram que os pedidos são colocados debaixo das roupas do santo e são muitos relatos de fiéis que conseguiram alcançar as graças. Informaram, ainda, que um dos momentos mais tradicionais das celebrações é a distribuição de pães às pessoas.




2. João


Imagem 2 - São João

  • São João, nascido a 24 de junho, na tribo de Judá, filho de Zacarias, primo de Jesus Cristo. João, que em língua hebraica quer dizer Deus é propicio, foi chamado Batista, porque a ele foi concedida a graça divina de batizar o Cristo, Filho de Deus, nas águas do Rio Jordão. O seu pai era sacerdote da Lei judaica. Isabel, a mãe, descendia da casa de Aarão.
  • João Batista viveu no deserto durante muito tempo, comentam que se alimentava de mel silvestre e de gafanhotos. Pregador da alta moral, áspero, intolerante, ascético. Por suas pregações foi mandado à corte de Herodes Antipas, tetrarca da Galileia, preso na Fortaleza de Macheros e decapitado no castelo de Macheros, na Palestina, no dia 29 de agosto do ano 31.


Festejos Joaninos
  • Os festejos em homenagem a São João Batista são por demais antigos, argumentam suas raízes com o culto do sol e à fertilidade, quando da celebração das boas colheitas do verão pelos povos gregos, que passaram mais tarde, para os romanos. Assim o Império romano incorporou essas comemorações a São João.


Levantamento do Mastro
  • O levantamento do mastro de São João se dá no anoitecer da véspera do dia 24. O mastro, composto por uma madeira resistente, roliça, uniforme e lisa, carrega uma bandeira que pode ter dois formatos, em triangulo com a imagem dos três santos: São João, São Pedro e Santo Antônio; ou em forma de caixa, com apenas a figura de São João do carneirinho. A bandeira é colocada no mastro. O responsável pelo mastro, que é chamado de “capitão” deve, juntamente com o “alferès da bandeira”, responsável pela mesma, sair na véspera do dia em direção ao local onde será levantado o mastro. Conta a tradição que a bandeira deve ser colocada por uma criança que lembre as feições do santo. O levantamento é acompanhado pelos devotos e por um padre que realiza as orações e benze o mastro (SANTO DO DIA: jun, 2001. P.6)


Lavagem do Santo
  • A lavagem do santo acontece num ritual especial, com o padrinho de São João, que é a pessoa encarregada de carregar a imagem e em procissão seguir até um rio ou fonte d’água, acompanhado de inúmeros devotos com velas acesas, cantando e rezando ladainhas especificas para o evento.


Simpatias nas Fogueiras
  • É imenso o glossário de superstições, atualmente, por todo o mundo, ao exemplo desta: Planta-se um dente de alho na véspera do dia de São João. Caso amanheça grelado, consegue-se o que se deseja.
  • As simpatias sobre as fogueiras de São João são as mais variadas possíveis, como para casamento e para conhecer a futura profissão.


A tradição da Fogueira São-Luisense é mantida
  • Acender fogueira é uma das mais legitimas tradições das Festas Juninas, que remontam as datas longínquas, especialmente na véspera do dia consagrado a São João (dia 23 de junho), centenas de pessoas em São Luís e por todo o Estado do Maranhão elevam aos céus, em forma simbólica, incenso a São João.
  • A interseção entre o cristianismo e o paganismo é enorme. Devido a esse estreito relacionamento tornaram-se inúmeras as explicações para a tradição de acender fogueira. Mas os fieis tradicionalistas devotos de São João não deixam acabar essa tarefa herdada de pai para filho e assim a escrita é mantida.


Orações Louvando a São João
  • Vasto é o repertorio de orações em louvor a São João, às vezes peditórias, ao exemplo da Oração do Rio Jordão que protegiam os bandidos de cangaceiros, os quais portavam, em saquinhos, bentinhos. O populário o classifica como sendo uma das orações mais antigas a que é titulada de o Sonho de São João, que é feita pelas mulheres solteiras à meia-noite, nas vésperas do dia do santo, objetivando desencalhar, arrumar um bom casamento.


A Literatura Joanina
  • É deveras rico o conjunto literário sobre São João por todas as partes do mundo, muito principalmente no Continente Europeu, com referencia aos cultos agrícolas, uma herança das religiões primitivas. No Brasil, não é tão intenso como o índice europeu, mas é importante o volume de estudos sobre este Taumaturgo.
  • São João, também, é tradição sua aparição na literatura infantil, onde diversos autores nacionais e estrangeiros se destacam.
  • Não é tão marcante a presença do santo na literatura de cordel, com predominância, claro, da Região Nordeste, como se esperava ser. “entre os 4200 folhetos de cordel que Cascudo pesquisou apenas em 20 deles aparece a festa de São João” (Neuma Borges, pesquisadora da Universidade da Paraíba apud MÔNICA: 1995, p.44).


Os batizados dos Bumba-boi na véspera de São João
  • Tradicionalmente reza que o dia 23 de junho, véspera de São João, é o dia do devoto pedir benção ao santo padroeiro pelas graças alcançadas através da fé, que se mistura ao misticismo, quando é pregoada a lenda de São Sebastião se despertando encantado em um touro negro nas praias dos lençóis, cujo argumento é um dos fortes indicadores para, que o inicio do ciclo do Bumba-boi seja realizado no mencionado dia, meia-noite na véspera de São João. Assim são a véspera e o dia do santo, datas bastante festivas no terreiros do Maranhão, pois  na primeira é realizada a cerimonia de batismo do boi com rezas, padrinhos, água benta, toadas especificas e tudo mais seguindo à risca uma ritual tradicional.
  • A véspera de São João é utilizada pela grande maioria dos grupos de bumba para o batizado da brincadeira, sem distinção de sotaque ou região. Assim, no Maracanã, também, o batizado é na véspera de São João.
  • A cerimonia de batismo dos bumba-boi na véspera de São João é um misto de pura fé e enorme manancial de cultura popular, herança de pai para filho e de filho para neto e continua a corrente religiosa.
  • Além das tradicionais homenagens ao santo, no batismo, os boieiros pedem proteção para “vadiarem” nos diversos arraiais da Ilha até o encerramento das festas do mês de junho, quando se homenageia São Maçal.
  • Nessa ocasião muitos devotos de São João aproveitam a cerimonia para pagar suas promessas em virtude de graças alcançadas.
  • O bumba-boi so inicia o ciclo de apresentações após que é batizado, podemos até conceituar que o evento do batismo é a passagem do grupo do terreiro para os arraiais (rua), significa a iniciação de espetáculos públicos.
  • Realmente, é uma das fases mais importantes do ciclo do bumba é o batismo.
  • O ritual de batismo é uma das ocasiões de enorme característica religiosidade da plateia presente na brincadeira. Momento por demais religioso numa festa profana. Até ser batizado o boi é pagão. 
  • A partir do batismo, recebe a benção de proteção e purificação e a credencial para sair mundo afora. O batismo é um momento especial que indica a passagem de uma situação a outra, de um estado a outro.
  • O batismo representa para o bumba a demarcação de um estado pagão para o outro, onde se torna purificado e tem a proteção de São João, adquire a condição de cristão.




3. Pedro


Imagem 3 - São Pedro

  • Em 29 de junho é comemorado o dia de São Pedro, também é homenageado São Paulo, entretanto o segundo não possui intensidade das louvações que são dedicadas a Pedro, conhecido popularmente como o Chaveiro do céu, devido a transmissão antiga da tradição lendária.
  • Simão era considerado um homem de temperamento impulsivo, mas leal, expansivo, generoso. Sendo pescador, seu primeiro contato com Jesus ocorreu na praia, quando foi convidado para ser seu seguidor.
  • Pelas informações bíblicas, Pedro era ingênuo e medroso; chegou a ser covarde quando negou Jesus por três vezes. Entretanto, tinha um zelo enorme, uma verdadeira abnegação ao mestre. Ao ser preso novamente em Roma, e condenado, pediu para que fosse crucificado de cabeça para baixo, pois não era digno de morrer como seu mestre.
  •  Por sua fé, sua coragem de se declarar cristão em publico, Simão foi investido da missão de iniciar a igreja e receber as chaves do Reino.


O primeiro Papa
  • Assim, ciente de sua missão, Pedro organizara a Igreja de Jerusalém, Judeia e Samaria e recebe o centurião Cornélio, o primeiro pagão convertido. Fundara a Igreja de Roma e torna-se o primeiro Papa, só que não deixou nenhum fundamento histórico como Pontífice.


O chaveiro do céu
  • No populário São Pedro aparece como sendo astuto, finório, uma grande semelhança a Pedro Malasarte.
  • O povo tornou São Pedro uma expressão bastante curiosa, em virtude de que ora se liberta de coisas e fatos difíceis, com um sangue-frio impressionante, resolvendo situações das mais diversas, que sempre são perdoadas por Jesus Cristo, seu companheiro de longas jornadas.
  • Tornou-se costume as pessoas recorrerem a São Pedro quando perdem as chaves de suas residências ou então estão demandando uma casa para alugar ou comprar. Após conseguirem o milagre levam um ex-voto em forma de chave – que pode ser feito de madeira ou de cera – à igreja é escolhida pelo fiel.
  • São Pedro é bastante serio e de pouquíssimas palavras. Seus devotos marcam seus louvores com traços marciais, através dos fogos de artificie com que os fieis, respeitosamente, saúdam o Padroeiro dos Pescadores.
  • As manifestações em louvor a São Pedro no período dos seus festejos, que culminam no ponto alto no dia 29 de junho, data consagrada a este Santo tão popular e querido em todo o Estado do Maranhão e muito principalmente na Ilha Grande, onde é reverenciado em todos os municípios que fazem parte da Grande São Luis, exatamente, por ser uma Ilha seus municípios são repletos de lindas praias e de uma produção pesqueira imensa.
  • Assim, o universo de pescadores é enorme, com diversas colônias nos quatro municípios, onde no dia de São Pedro são efetuadas procissões marítimas nas quatro cidades da Ilha: São Luís, São Jose de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa.
  • O encontro na Capela de São Pedro no seu dia é um dos mais importantes eventos das festas juninas são-luisenses. É uma festa de intensa programação, onde não faltam um segundo, os sons estridentes de matracas, pandeirões e orquestras. A manifestação tem inicio com a chegada desordenada do bumba, vindos de todos os cantos da Ilha de São Luís.
  • O momento principal do evento e esperado é o inicio da procissão com a saída da imagem do Santo, em carro de Corpo de bombeiros, seguindo em carreata até o cais do Jenipapeiro, onde tem a partida da tradicional procissão marítima em louvor ao padroeiro dos pescadores.
  • Os grupos de bumba nas sus louvações ao Taumaturgo, todos obedecem a um ritual comum. Este ritual é o mesmo há muitos anos, consiste nos brincantes do bumba-boi dançarem algumas toadas na entrada da Capela São Pedro, onde se encontra a imagem do santo, num andor decorado especialmente para o evento.
  • Na atualidade a festa de São Pedro, além de toda beleza dos bumba-boi, com certeza é o testemunho expressivo de fé do povo são-luisense, somado a uma contagiante euforia popular, representativa do calendário da Cultura Popular de São Luís. Sem duvida, tradicionalmente passada de geração a geração.


A procissão marítima de São Pedro
  • Em todas as praias da Ilha de São Luís os pescadores rendem as mais diversas homenagens ao seu padroeiro, São Pedro. Tanto na terra, como no mar os louvores em agradecimento a graças alcançadas são inúmeros, desde do ponto mais alto do Largo de São Pedro no bairro tradicional da Madre Deus, passando por São José de Ribamar, Maioba, Iguaiba, Pau Deitado, Raposa e tantas outras localidades e colônias de pescadores da Ilha Grande. A crença, fé passa de pai para filho.




4. Marçal


Imagem 4 - São Marçal

  • Podemos supor que somente o Estado do Maranhão São Maçal é aculturado na tradição popular maranhense, sendo o quarto santo no calendário dos festejos juninos, para alguns folcloristas, como Manoel M. Mendes, sendo apenas para aumentar o tempo de festas juninas.
  • São ínfimas as informações oficiais sobre São Marçal, o que chegamos a concluir que Marçal não foi propriamente um santo, mas sim um dos cristãos da melhor estirpe, constante do martirológio romano.
  • Os registros da igreja indicam que Marçal foi bispo de Limoges na França e ainda sobre sua memoria e seus 21 companheiros, mártires na Tunísia.


João Paulo Reduto Maior do Santo
  • Em São Luís, mais precisamente, no bairro do João Paulo, está o reduto maior de São Marçal, onde ocorre anualmente, o grande encontro de bois do sotaque de matraca ou da Ilha, com a finalidade de homenagear no dia 30 de junho o ultimo santo do período festivo.
  • O dia de São Marçal no João Paulo é um mega evento dentro do maior que são as festas juninas são-luisenses, o bairro todo se mobiliza para reverenciar seu padroeiro, o transito das principais ruas joão-paulinas é interrompido, com os carros transitado por vias alternativas.
  • O João Paulo, se tornou no mais tradicional terreiro das brincadeiras juninas da cidade, apontam que um dos principais responsáveis por esse acontecimento foi o senhor José Pacifico de Moraes, mais conhecido como Bicas, nascido em 1901 e falecido em 1972.


Os Primeiros Bois para São Marçal
  • Em 1929, os grupos a se deslocarem para o João Paulo foram se multiplicando, iniciando a tradição do encontro de São Marçal e, por conseguinte, da própria aceitação da brincadeira de bumba nos bairros urbanos.
  • Todos os dias 30 de junho o bairro do João Paulo se transforma para se tornar o palco de um dos maiores eventos de festas juninas, com a realização da tradicional festa de São Marçal, um encontro gigante de bois de matracas em homenagem ao santo.
  • Já é tradição para os são-luisenses emendar as manifestações de São Pedro, que terminam na madrugada de 29 e as homenagens de São Marçal que se iniciam ao amanhecer de 30 de junho.
  • São presenças marcante, todos os anos, de mais de 20 bois da Ilha, com seus lindos caboclos-de-pena e os repicados inconfundíveis das matracas é um encontro maravilhoso, o qual encanta qualquer ser humano.
  • São exibidas matracas incansáveis nas mãos calejadas dos boieiros com os corpos pêndulos pela incrível maratona alucinante, de dias diretos na lide com os bumba, mesmo assim, não falta disposição para durante todo o dia consagrado a São Marçal, participarem alegremente no bairro do João Paulo mostrarem toda tradição da maior festa do Maranhão.


O Exército Brasileiro entra na Festa de São Marçal
  • A movimentação é tamanha no bairro do João Paulo, que até o 24º Batalhão de Caçadores, resolveu aderir ao mega evento de São Marçal.
  •  Em um grande exemplo de brasilidade não existe contraste, o que aparentemente poderiam imaginar, a mesclagem e a harmonia entre o verde oliva dos militares e os coloridos dos aparatos dos brincantes dos bumba-boi, formam a corrente de um Brasil muito mais brasileiro.
  • Bom lembrar, que em outros tempos os bois não podiam passar em frente ao quartel, pois os seus brincantes eram presos. Os resultados demonstram que essa união valeu, onde o Exercito participa, também, ativamente das manifestações da Cultura Popular de sua comunidade.
______________________________
Fontes:

    REIS, José Ribamar Sousa dos. São João em São Luis: o maior atrativo turistico-cultural do Maranhão. Sao Luis: Aquarela, 2003.
Imagem 1 - Santo Antonio. Disponivel em:<rosariopermanente.leiame.net>. Acesso em 30 jun 2015
Imagem 2 - São João. Disponivel em:<www.cppnet.com.br>. Acesso em 30 jun 2015
Imagem 3 - São Pedro. Disponivel em:<www.arquidioceseolindarecife.org>Acesso em 30 jun 2015

      Imagem 4 - São Marçal. Disponivel em:<evangelhoquotidiano.org>.Acesso em 30 jun 2015



domingo, 28 de junho de 2015

Fichamento SÃO JOÃO EM SÃO LUÍS: O MAIOR ATRATIVO TURÍSTICO-CULTURAL DO MARANHÃO - PARTE I


 
                                                                                               Imagem 1


PREFÁCIO

  • De acordo com a tradição, mesmo sendo uma manifestação católica, as Festas de São João já existiam antes do catolicismo. A maior parte dos historiadores prega o seu surgimento em consequência do solstício de verão na Europa, Oriente Médio e Norte da África, época em que os povos celtas, bretões, bascos, sardenhos, egípcios, persas, sírios e sumérios criavam expressões de fertilidade para promover o crescimento da vegetação e a fartura das colheitas.
  • Rituais esses, que apesar de serem identificados pagãos, não poderiam ser desconsiderados ou mesmo retirados da memória dos povos acima citados. Desta feita, a Igreja Católica resolveu adaptá-los às comemorações dos festejos de São João, cujo nascimento ocorreu no dia 24 de junho, dia do solstício.
  • O ciclo das festas católicas tem no seu todo varias comemorações de Dias de Santos, cujo calendário tem o ponto inicial com o nascimento de Jesus Cristo e se encerra com a paixão e morte do filho de Deus.
  • No Maranhão, principalmente em São Luis, a tradição brasileira das festas católicas se confirma, ou seja, as mais importantes são o Natal, a pascoa e o São João.
  • O São João faz parte de um conjunto maior denominado de Festas Juninas, onde se destacam os seus principais santos do mês de junho: Santo Antônio, dia 13; São João, dia 24; São Pedro e São Paulo, dia 29. Para nós, São-Luisenses, ainda agregamos São Marçal, dia 30. Assim, as Festas, aqui, possuem o seu ciclo maior do que em qualquer outra parte brasileira.
  •  O São João são-luisense não poderia ser outra coisa, senão uma enorme diversidade de som, de manifestações, orações, ladainhas, uma religiosidade incomparável, uma destreza ímpar para danças, resultados de grandes belezas de miscigenação das raças brasileiras.
  • É um dos maiores espetáculos quando os apitos dos amos dos bumba-boi ecoam, quando as fogueiras acesas homenageiam os Santos Juninos, os fogos de artificio soam forte e os cantos, recantos e os belos encantos dos Lençóis maranhenses, urram sob a sina de um Touro Negro reluzente, com uma estrela de ouro na testa.

PARTE I

1 INTRODUÇÃO

  • De acordo com Zelinda Lima, no período de 1939 e 1949, a Chefatura de Policia, exercida pelo conhecido Delegado Flavio Bezerra, mandava publicar no Diário Oficial do Maranhão, portaria que, entre outros itens resolve: “para maior segurança da ordem e tranquilidade publica, proibir que os bumba-boi percorram o perímetro urbano da cidade, em demonstrações de suas danças características, o que só poderão fazer no perímetro suburbano, a partir da esquina da Avenida Getúlio Vagas, com a rua Senador João Pedro, para o lado do Anil”.
  • Este costume continuava tradição anterior, pelo menos desde 1920, em que o Delegado Geral de Segurança, no Diário Oficial, tornava: “publico, para quem interessa possa, que expressamente proibido tocar bombas no perímetro urbano, fazer brincadeira de Bumba-meu-boi, bem assim como tocar a caixa do Divino Espirito Santo”.
  • Antigamente proibiam-se grupos de bois entrarem na cidade alegando que o encontro entre dois grupos costumava provocar tiros e mortes...
  • No inicio da década de 1950, tivemos os primeiros contatos diretos com os festejos dos Santos do mês de junho, em São Luís do Maranhão, isso porque é uma das mais legitimas tradições familiares são-luisense.
  • “No nosso Maranhão, o São João é muito mais animado e gostoso que o carnaval” – não é atoa que o povo, na sua espontânea e peculiar sabedoria, repete constantemente esta afirmativa, que deixa patente uma marca característica da nossa realidade cultural: a intensidade com que se comemora os festejos juninos...(CARVALHO: 1994, p.3)
  • Naquela década já era enorme o destaque dado ao folguedo do Bumba-boi, entretanto, ainda sofria fortes rejeições da grande maioria da sociedade local, assim, predominavam grandes preconceitos, intolerantes discriminações com as Festas Juninas.
  • Após a grande concentração do bairro do João Paulo, os festejos juninos, foram se aproximando da área central da capital maranhense. Passaram a ser centralizados na Praça Deodoro, estiveram por alguns anos no Parque Bom Menino, etc. Hoje, os terreiros estão espalhados por toda Ilha de São Luís, transformando a capital maranhense no maior arraial do Brasil.
  • São as festas juninas são-luisenses revigoradas com programações bastantes variadas, nos inúmeros bairros e também nas outras cidades da Ilha.
  • O Bumba-meu-boi nos vários ritmos ou sotaques, deixa espaços para todas as manifestações. Assim, compartilham fazendo a festa com danças bastantes animadas ao exemplo: Tambor-de-Crioula, Cacuriá, São Gonçalo, Portuguesa, Passarinho, Boiadeiro, Facão, Coco, Lelê, Caroço, etc, e outras tantas centenas de manifestações da cultura popular são-luisense, com suas inovações, fazendo exclusões, inclusões e articulações de partes, para alguns contraditórias, mas que dançam, folgam, nos mais distintos arraiais da Ilha Grande para louvar a São Antônio, São João, São Pedro e São Marçal, misturando a tradição com modernidade reafirmando vivamente à dinâmica da vida.
  • A cultura popular maranhense é um cenário multicolorido, uma beleza eletrizante entre sons, cores, sabores, aromas, habitat, arte e gente da gente fazendo, junto conosco, na melhor terra do mundo: o Maranhão.
  • Herdamos, dos colonizadores portugueses, as três festas básicas do ano: o Natal, Pascoa e São João.
  • Chegamos a afirmação de que as Festas Juninas são-luisenses são, atualmente, exibidas em novos cenários, onde foi trocada a vivência da zona rural, das casas de família pela massificação dos grandes centros urbanos. Mas, sem sombra de duvida, é a maior manifestação popular, em termos de concentração publica do Estado do Maranhão.
  • No mês de junho, a Ilha Grande se transforma em um imenso e único arraial. Os festejos juninos são-luisenses não são fator modal e nem tão-somente fenômeno de mídia. Acontecem motivados pelo simples prazer da população festejar seus santos e fazer parte daquilo que lhe indica cada vez mais, são raízes.


FESTAS POPULARES
  • As raízes das festas no Brasil não divergem de suas origens mundiais, que estão na utilização do tempo em fases distintas, havendo ritos específicos para reverenciar a data que assinala a tramitação de um ciclo para o outro.
  • Desta feita, as principais festas coincidem com o inicio da primavera, a colheita dos frutos e o final da atividade do setor primário.
  • No universo das inúmeras religiões estão determinadas datas para as comemorações dos fatos litúrgicos, evidenciadas através dos tempos e dos mais variados cantos do Mundo, ai se destacam as manifestações, tais como: o engalanamento, as máscaras, os disfarces, os trajos especiais, a música e a dança. Mas, foi o cristianismo que deu novo direcionamento às festas religiosas.
  • A igreja determinou certas datas para que fossem dedicadas ao culto divino, considerando-as dias festivos.
  • Foram divididas em dois grupos: As Festas do Senhor e as Festas dos Santos. As segundas são com dias fixos, assim como algumas festas do Senhor: Natal e Reis, enquanto as demais são moveis devido seguirem um calendário litúrgico, baseado no calendário lunar, em que se destacam: Paixão de Cristo, Pascoa, Pentecostes e Corpus Christi.
  • A aculturação brasileira se formou com a mega miscigenação que se processou na sua povoação com o índio, o branco, o negro, e os mais variados imigrantes das inúmeras nacionalidades.
  • As grandes festas populares estão ligadas geralmente à religião e ao trabalho. No Brasil as festas religiosas são muito concorridas. Algumas delas vieram de religiões diferentes, que se foram misturando com o passar do tempo.


FESTAS JOANINAS & JUNINAS

  • Assim, como herdamos dos nossos colonizadores as raízes do Carnaval, os portugueses trouxeram consigo os festejos joaninos com origens das mais antigas, com seus alicerces em recuadas épocas da Era pré-Cristã. Mas, foi no Catolicismo, que houveram influências decisivas para a transformação de uma manifestação profana em festa-louvação de caráter especificamente religioso numa homenagem a São João Batista.
  • São remotas as datas do inicio desses festejos. As fogueiras acesas com a finalidade de saudar e/ou comemorar acontecimentos especiais, isso é de origem pagã.
  • Existem fatos e fenômenos contraditórios narrados a respeito das festas em homenagem a São João, isto, na nossa suposição, está relacionado com a origem desta louvação, que é deveras antiga e tem grande vinculação com a aculturação do Sol e a fertilidade celebrada por datas comemorativas a chegadas do verão, de origem dos egípcios, quando festejavam os resultados positivos das boas colheitas. No território cristão, sob o Império de Roma, foi preservado e acabou incorporado aos romanos às louvações a São João.
  • As terminologias de Junino e Joanino são bastante discutíveis, entretanto, existem diferenças. Levando em consideração a formação dos vocábulos, que implica em sendo as suas derivações: joanino referente a São João e juninos ao mês de junho, o 6º mês do calendário.
  • Portanto, os dois usuais termos, ambos estão certos. Entretanto, quando nos referimos ao conjunto de manifestações populares que acontecem no mês de junho, estamos nos referindo as Festas Juninas, bem como, quando nos relacionamos às homenagens realizadas no dia de São João (dia 24), é Festa Joanina.

______________________________
Fontes:
REIS, José Ribamar Sousa dos. São João em São Luis: o maior atrativo turistico-cultural do Maranhão. Sao Luis: Aquarela, 2003.

Imagem 1. Disponivel em:<http://www.luizberto.com/2012/06/01>. Acesso em 28 jun 2015

ECOTURISMO E DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO: possibilidades de inclusão da "Juçara" Euterpe Oleracea Mart. nos roteiros ecoturísticos da Área de Proteção Ambiental -APA do Maracanã, São Luis - Ma

ARAÚJO, Monica de Nazaré Ferreira¹
GOMES, Eduardo Lima dos Santos²
RODRIGUES, Linda Maria³
SILVA, Ana Leticia Burity da4


RESUMO

O ecoturismo é uma atividade socioambiental capaz de promover benefícios de conservação ambiental, assim como proporcionar o bem estar às populações locais envolvidas no processo de seu desenvolvimento. A partir dessa acepção, o presente artigo teve o objetivo de analisar a relação da Juçara Euterpe Oleracea Mart. e o ecoturismo diagnosticado como atividade turística a ser fomentada na APA do Maracanã. A metodologia utilizada centrou-se na analise documental como fio condutor para delinear os resultados. Esta analise enquadrou documentos importantes do acervo do Departamento de Turismo e Hotelaria (DETUH) do Centro de Ciências Sociais (CCSO) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).  Os resultados encontrados indicam que a Euterpe Oleracea Mart. é a marca característica da APA e o seu uso, tradicionalmente, serve para a alimentação da população local, bem como para os festejos denominado "festa da Juçara". Verificando-se que é possível fomentar benefícios tangíveis do ecoturismo para as comunidades locais da APA a partir do fortalecimento de sua economia local baseada no beneficiamento da Juçara Euterpe Oleracea Mart. como elemento catalisador do desenvolvimento comunitário para o ecoturismo na APA do Maracanã. Contudo, uma correlação significativa entre a Juçara Euterpe Oleracea Mart. e o ecoturismo ainda é incipiente, pois ainda há percalços metodológicos a serem seguidos, principalmente concernente a construção de espaços deliberativos democráticos que assegurem de fato e de direito a institucionalidade do ecoturismo como atividade socioambiental capaz de promover o bem estar e a conservação ambiental da APA do Maracanã.


Palavras-chave: Desenvolvimento comunitário. Ecoturismo. APA do Maranhão.


_______________________________________
¹mestre em Ciências da Comunicação; Bacharel em Turismo. Professora Assistente I do Departamento de Turismo e Hotelaria da Universidade Federal do Maranhão;

²mestre em Desenvolvimento Sustentável; Bacharel em Turismo. Professor Assistente II do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade  Federal do Pará;

³doutora em Lingüística e Língua Portuguesa; Bacharel em Turismo. Professora Adjunto II do Departamento de Turismo e Hotelaria da Universidade Federal do Maranhão;

4 mestre em Cultura e Sociedade; Tecnóloga Superior em Hotelaria. Professora Assistente I do Departamento de Turismo e Hotelaria da Universidade Federal do Maranhão.