segunda-feira, 27 de julho de 2015

Fichamento da obra SÃO JOÃO EM SÃO LUÍS: O MAIOR ATRATIVO TURISTICO-CULTURAL DO MARANHÃO – PARTE VI


A CULINÁRIA NA ÉPOCA JUNINA

                                      Imagem 1 - ilustra guloseimas juninas são-luisense


  • Qualquer festa que se preze tem que possuir um rico e criativo cardápio de comes e bebes. Logo que se fala de festa juninas, vem à lembrança os folguedos, as danças, a fogueira, os arraiais e o gostinho de milho clamando pelos quitutes típicos da época de São João.
  • Mingau de milho (mungunzá), manuê, bolo de tapioca, bolo de milho, bolo de macaxeira, pamonha, quindim, beiju, milho assado, milho cozido, canjica, pé-de-moleque, cocadas e uma infinidade de gostosuras são as deliciosas guloseimas juninas são-luisense.
  • Nos terreiros é oferecido aos seus frequentadores o que há de mais delicioso nos segredos da cozinha maranhense: arroz de cuxá, que poderá estar acompanhado de tainha frita ou outro peixe, carne assada ou mesmo a deliciosa torta de camarão.
  • Há variadas opções de tortas, a exemplo da de caranguejo, de sururu, sarnambi, tarioba e outras mais. Destaque ainda para o arroz de camarão ou o arroz de Maria Isabel, além de uma infinidade de tipos de arroz.
  • No campo dos salgados há o vatapá, carirú, batido de vinagreira. A oferta dos famosos churrasquinhos é acentuada com opções variadas (carne de boi, de porco, galinha, misto, calabresa, etc.), acompanhados de uma saborosa farofa bem maranhense.
  • Destaca-se também receitas tendo o milho como destaque na matéria-prima. Assim, temos, o mungunzá, que é preparado segundo as boníssimas mães-pretas são-luisenses, a pamonha, o angu de milho, o cuscus, o pé-de-moleque e o famoso bolo de São João.


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Fonte:  REIS, José Ribamar Sousa dos. São João em São Luis: o maior atrativo turistico-cultural do Maranhão. Sao Luis: Aquarela, 2003.
Imagem 1 disponivel em:<www.guiadasemana.com.br>. Acesso em 27 jul 2015

sábado, 25 de julho de 2015

Fichamento da obra SÃO JOÃO EM SÃO LUÍS: O MAIOR ATRATIVO TURISTICO-CULTURAL DO MARANHÃO – PARTE V


OUTRAS BRINCADEIRAS JUNINAS & EVENTOS




Bois dos Terreiros de Mina

  • O folguedo do Bumba-boi com a Mina é enorme no Estado do Maranhão, com uma interseção bastante representativa com o sebastianismo, somados a outras tantas características, ao exemplo dos cazumbas, que em alguns grupos realizam curas e demais ações com raízes mineiras.
  • O Bumba foi para o terreiro de Mina de vido à promessa de entidades com os santos os mês de junho, principalmente São João e São Pedro.
  • Desta feita, os festejos juninos adentram as Casa das Minas, com o comando dos batalhões (grupos de bumba), sob a batuta das entidades Légua Bogi, surrupirinha, Corre-Beirada, Preto Velho e outras.
  • Os batizados dos bumba dos encantados seguem o calendário tradicional das festas juninas. São João, São Pedro e São Marçal estão no centro das manifestações e crenças.
  • Os referidos bumba são na sua maioria dançados por crianças, predominando o sotaque de matraca.
  • Surrupinha é o nome do bumba do terreiro da fé em deus, em homenagem ao caboclo da mata que é o dono da brincadeira.
  • Já no terreiro do pai-de-santo José Itaparandi, o nome do bumba-boi da casa é Brilho da Ilha, que é de propriedade do caboclo da Ilha na Cabeça da Contra-Guia e tem sempre como padrinhos pessoas ligadas ao terreiro.
  • Na festa da casa de terreiro de Mina Pedra de Encantaria, todos os anos são convidadas varias manifestações entre as quais grupos de bumba-boi divididos entre os sotaques de orquestra e matraca, somados a danças da época.
  • Os bois cumprem o cronograma da casa, ficando expostos até o dia de São Marçal, logo após são recolhidos, para somente aparecerem na data da morte, que ocorre no segundo domingo de outubro, após o encerramento dos festejos de Nossa Senhora de Santana.
  • Em alguns terreiros não é realizado a morte do boi, pois as entidades consideram que o boi merece é crescer e ajudar ainda mais o homem. Isto acontece por exemplo na casa de terreiro de Mina Pedra de Encantaria, onde o boi é tomado pelo Caboclo da Ilha, família dos Turcos.


Grupos alternativos
  • Os grupos alternativos das manifestações folclóricas maranhenses estão baseados na Cultura Popular Tradicional. Assim, os grupos alternativos, principalmente na Ilha de São Luis, vem conquistando dia-a-dia mais espaços na programação dos festejos juninos e consequentemente adquirindo um grande publico nos mais diversos arraiais, somando a inúmeras apresentações fora da época junina.
  • A diversidade de ritmos que marca todos os grupos alternativos não deixa de favorecer mais ainda a divulgação das inúmeras manifestações folclóricas deste Estado, e, na maioria dos casos, atualmente, o trabalho é feito através de pesquisas para dar maior legitimidade nas interpretações.


Brincadeiras Juninas Mirins – Futuro São João
  • As brincadeiras mirins, tanto o Bumba-boi, quanto outras manifestações estão sendo difundidas nos colégios e bairros da capital maranhense, com a finalidade de fortalecer a preservação das raízes do folclore maranhense, atitude por demais valida e digna de um povo que dá prioridade na manutenção de suas verdadeiras descendências culturais.
  • Até um tempo atrás, a formação de brincadeiras infantis dentro da cultura Popular Maranhense era uma questão voltada a herança cultural de nossos antepassados. Mas, atualmente, essas participações da gurizada no folclore transcende a simples participação, é a participação livre da criança escolhendo seus grupos, musicas, danças, etc., que mais lhe atrai, acabando como instrumental de ensinamento dentro da sociedade.
  • Os grupos mirins estão cada vez mais presentes, na maioria dos grupos tradicionais e alternativos são criados alternativas para a criançada.



     O Arrastão de Grupos Folclóricos
  • Desde 1999, que a programação oficial do Estado realiza uma fase pré-junina denominada “Arrastão”, começando na segunda quinzena de maio, indo até a ultima sexta-feira, quando antecede o inicio das apresentações publicas dos bumba-boi.
  • O objetivo principal dos arrastões é efetuar amostras da diversidade cultural maranhense ao publico em geral, em especial aos visitantes e turistas.


       Matraca na Fonte
  • O projeto Matraca na Fonte é um pré-São João, com uma característica por demais importante que o incentivo aos grupos de bumba-boi para conservarem as suas tradições.
  • O projeto Matraca na Fonte é realizado nos meses de abril, junho e julho, em datas que coincidem com as sextas-feiras, iniciando sempre às 19 horas, com uma programação dinâmica que além de contar como atração principal um grupo de bumba-meu-boi, durante a noite, são exibidos vídeos sobre a Cultura Popular Maranhense, recital de poesia, shows musicais, bem como a participação de um grupo de dança folclórica.


   Festival de Boi de Zabumba

  • O Festival de Bumba-meu-boi, sotaque de Zabumba, é um dos eventos mais importante do ciclo dos festejos juninos de São Luis, apesar de sua realização acontecer após o mês de junho, quando os amantes do bumba estão saindo do seu pique maior de festas.
  • Tradicionalmente, o festival presta homenagens a pessoas que de uma forma ou de outra contribuíram para a preservação e crescimento do sotaque de Bumba-boi de Zabumba.
  • O Bumba-boi do ritmo de Zabumba é, na verdade, um dos mais ricos dentro do maior espetáculo popular maranhense, o Bumba-meu-boi. São inúmeras as suas características peculiares de real beleza, quer pela sua primorosa indumentária, com seus artísticos bordados, seja pelo seu sotaque alegre, marcante e envolvente, com destaque para as zabumbas.
  • Dentre seus instrumentos despontam: a zabumba, o tambor de fogo, o maracá, o tamborinho e o tambor-onça que dão ritmo a dança caracterizada em sobrepassos miúdos e repisados, marcados pela batida da zabumba.
  • A indumentária é um conjunto resplandecente de cores e brilho, sobretudo nos chapéus arrojados, enfeitados de fitas que se alongam até o calcanhar. Unidos a esses temos os vaqueiros, as tapuias e o boi como são as principais personagens dos bois de sotaque de zabumba.

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Fonte:  REIS, José Ribamar Sousa dos. São João em São Luis: o maior atrativo turistico-cultural do Maranhão. Sao Luis: Aquarela, 2003.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Fichamento da obra SÃO JOÃO EM SÃO LUÍS: O MAIOR ATRATIVO TURISTICO-CULTURAL DO MARANHÃO – PARTE IV



AS BRINCADEIRAS JUNINAS

  • As manifestações folclóricas maranhenses também denominadas Brincadeiras, na verdade não se trata de nenhuma invenção e sim de uma legitima interpretação do vocabulário brasileiro, segundo o Mestre Aurélio, dentre suas derivações encontram-se: Passatempo, entretenimento, divertimento; Folguedo, festa, festança; Diversão carnavalesca, folia; Festa informal ou improvisada.
  • São inúmeras as manifestações da Cultura Popular Maranhense nesse período das Festas Juninas, umas quase desaparecendo, outras florindo. 



Danças e folguedos

  • Receberam do Estado via o Programa São João 2001, vinte e hum tipos principais de brincadeiras. Assim, temos: Bumba-meu-boi (orquestra, matraca, zabumba, costa de mão), grupos para folclóricos (boizinho barrica, pirilampo, boi pintado, boi de fita, etc), tambor de crioula, Quadrilha, Show atrista maranhense, dança do coco, cacuriá, dança do cacurelé, dança do Lelê, dança do Caroço, dança portuguesa, dança do boiadeiro, dança do baião, dança da Lili, conjunto de forró de belágua, dança da mangaba, conjunto da macura, dança indígena.



O Bumba-meu-boi

                                                  Imagem 1 - Bumba-meu-boi
  
  • O Bumba-boi, como é mais conhecida a brincadeira no Estado, é caracterizado por diferentes personagens, variando de ritmo e que inicia o ciclo com o batizado e termina com a morte e ressurreição do boi.
  • Varias são as toadas tiradas na morte como no momento de lança-lo durante todo o auto. Comes e bebes são constantes, fatores que jamais poderão faltar em uma roda de boi.



O Auto do bumba-boi

O Enredo:

  • A lenda principal da brincadeira é narrada, que fato acontecido a um casal de negros escravos, de uma determinada fazenda; o homem, chamado Francisco, e mulher, Catirina. Esta, gravida e desejosa, exige do seu homem que lhe traga a língua de boi para comer. Assim, Pai Francisco rouba o mais bonito touro do seu patrão – o dono da fazenda -, e quando está no inicio da matança, é descoberto. Logo se constitui enorme tristeza, pois o novilho mais querido do fazendeiro está praticamente morto. Tomando ciência do acontecimento, o patrão manda o capataz apurar o caso. De imediato, os vaqueiros apontam Chico como o autor da façanha. Um grupo é formado para prender o acusado, que, reage, luta e se recusa ir à presença do patrão sendo necessária a formação de uma equipe de índios, logo mobilizados. Assim, dominam Pai Francisco e, despojado de suas armas – espingarda e facão -, é conduzido até o patrão. Preso o nego Chico, este terá de dar conta do boi, sob pena de pagar com a própria vida. Chico passa por violento interrogatório e de inicio, nega qualquer envolvimento com o roubo do animal. Mas finalmente, resolve confessar o crime. Em virtude disso, toda a fazenda foi mobilizada para salvar o boi. Então são chamados os pajés, doutores, que conseguem finalmente ressuscitar o animal, para a alegria de todos da fazenda, pois o homem e o boi estavam salvos. 


Sotaques , Estilos, Ritmos Básicos do Bumba-meu-boi Maranhense

  • Classificado os estilos ou sotaques da brincadeira em cinco campos distintos e básicos que são: 1- Bois de Zabumba (Zabumba); 2- Bois da Ilha (Matracas ou Pandeirões); 3 – Bois de orquestra (Orquestra do Munim); 4 – Bois da baixada ( Bois de Pindaré e outras regiões) e 5 – Bois de Cururupu (costa-de-mão).



Instrumentos básicos do Bumba-boi
  • No boi maranhense existem características sonoras de melodias diferenciadas, trajes e adereços diferenciados, coreografias distintas, instrumentos característicos e até personagens diferentes. Os instrumentos estão assim, distribuídos:

  1. 1-      Os únicos instrumentos comuns a todos os sotaques são o tambor-onça, o apito e o maracá – este ultimo mudando de tamanho e formato de grupo para grupo;
  2. 2-      Matracas, de cordéis pequenas e finas, dependuradas no pescoço (nos bois da baixada), feitas rachas, tacos, pernamancas – grandes, leves ou pesadas (bois da ilha);
  3. 3-      Tambores, bumbos (bois de orquestra), Zabumbas (bois de zabumba), Tamborinho ou Pandeirinho (bois de zabumba), Tamborinho ou Pandeirinho (bois de zabumba), pandeirões ou Tinideiras (bois da ilha), Pandeirões em 3 tons ou tamanhos (bois da baixada), Pandeiros de costa-de-mão com ou sem cordel, e, com ou sem pratínelas (bois de cururupu);
  4. 4-      Sopros e cordas (bois de orquestra).

    

    Quadrilha


                                                                             Imagem 2 - Quadrilha


Aspectos Históricos

  • As danças sempre predominaram nos festejos de São João, que se iniciam na tradicional data comemorativa a Santo Antônio e seguem até o final do mês de junho quando se cultua São Pedro, aqui no Maranhão, ainda se espicha o período festivo com o dia 30 dedicado a São Marçal.
  • A palavra Quadrilha etimologicamente origina-se do castelhano Cuadrilla, que significa grupo de quatro cavaleiros, já no francês Quadrille define “turma de pares que executam uma contradança”.
  • A origem da Dança da Quadrilha se desenvolveu ao longo do século XIX e continua, ainda, como destaque nas Festas Juninas. Ao contrario do que se pensa, a quadrilha não nasceu nos salões da corte francesa. Ela ensaiou os seus primeiros passos nas zonas rurais francesas, nos bailes promovidos pelos camponeses gauleses.
  • Em pouco tempo a Dança da Quadrilha foi transformada pelos brasileiros em festa popular, tendo como objetivo alegrar casamentos, batizados, festejos religiosos, exatamente no período junino.
  • Com a demanda natural da população para os centros urbanos, no final do século XIX aconteceu um desinteresse das massas populares com referencia as Danças de Quadrilha.
  • Pelos anos finais do século XIX, tiveram ascendência outras danças e manifestações populares como a polca, o maxixe, o lundu, e, mais popularmente, os congos, fandangos, reisados e pastoris.
  • Já na década de 1940 a dança da quadrilha toma grande folego, estava portanto revivida uma manifestação que se tornará elemento cultural da maior significação para a população brasileira, através disso passou a expressar culto e alegria , imbricados aí o sagrado e o profano numa simbiose ímpar e maravilhosamente exercitada.
  • A quadrilha passou pelo século XX perseguida de perto por novas modalidades de expressões corporais e musicais, como os modismos baianos e os funck e rock, importados em larga escala da civilização ianque, com o beneplácito dos mecanismos de comunicação aliado.


Entrar na dança

  • Na Zona Urbana se dança espontaneamente a quadrilha matura ou de São João, com uma indumentária específica, totalmente matuta, simples e natural. Camisas coloridas, com cores bastante vivas, remendadas a parecer naturalmente. Calças puídas, também remendadas; chapéus de palha, chamató (preferencia). As damas vestem roupas longas, com muito babado e super coloridas. Muitas damas usam colares, brincos e outros tantos balangandãs.
  • Na dança, não se observa nada uniforme. Depende exclusivamente de cada grupo. Entretanto, é mantida a essência em todas as regiões brasileiras. Nas evoluções, existe uma execução sincronizada e harmoniosa feita por casais de dançarinos de quantidade variável. No passado o numero mínimo de pares era limitado em 8 (oito), agora não existe limitações, so que continuam divididos em fileiras duas fileiras de um lado os cavalheiros e do outro as damas, no centro fica o gritador, o marcador, o mandante da quadrilha.


Cenários atuais da Quadrilha São-Luisense

  • Atualmente, a quadrilha é uma das grandes atrações dos arraiais maranhenses no mês de junho, onde funciona como peça de real tradição. É uma dança de pares e segue uma coreografia, onde os integrantes fazem evoluções, finalizando sempre quando os pares de origem novamente se encontram.
  • São Luís conta com mais de três dezenas de grupos quadrilheiros distribuídos nos mais diversos bairros e ruas da cidade.
  • A maioria das quadrilhas da cidade nasceu a partir de encontro de grupos de amigos que buscavam uma forma de se divertir no próprio bairro, durante o período de São João.
  • No passado, as quadrilhas dançavam ao som de musicas tradicionais da época junina. Presentemente, a maioria já possui em seus quadros de brincantes e compositores, que criam musicas que falam não somente da cidade, mas também do bairro, da rua, de moradores, dos Santos padroeiros, etc.


Tambor-de-crioula


                                                                 Imagem 3 - Tambor-de-crioula

  • Manifestação folclórica de origem afro, surgido nas senzalas com os escravos, que se reuniam e cantavam sob um ritmo, deveras, marcante dos tambores em três tamanhos (crivador, meião e grande), tocados exclusivos por homens, já as mulheres dançam em roda, reverenciando a parelha de tambores e dando a famosa “punga”, “pungada” ou “umbigada”. A maioria dos grupos é organizado em pagamentos de promessas a São Benedito, o protetor dos negros, não existe período/ ciclo para as apresentações deste tambor, são constante o ano inteiro.
  • Nesta dança, o informalismo é evidente, deixando, logo à primeira vista, o seu grande senso de liberdade. Caracteriza-se pela “punga”, onde é verdadeiramente observada em sua coreografia a participação destacada da mulher. Para alguns folcloristas é considerada uma dança erótica, sensual, para outros luxuriosa.
  • As dançantes são chamadas de coureiras. A punga é um convite à dança e se constitui no alto, sensual e erótico desse bailado maranhense.
  • As vestimentas das participantes são de um colorido realçante com suas saias rodadas, blusas de cores fortes, flores na cabeça, colares e outros tantos adornos. Já os homens usam apenas chapéus de palha e camisas bem coloridas, geralmente combinando com a estamparia da saia das mulheres.


Cacuriá
                                                                               Imagem 4 - Cacuriá

  • A dança do cacuriá é genuinamente maranhense e foi criada pelo sr. Lauro, figura que era conhecida por seus trabalhos na comunidade Ivar Saldanha, entre 1972 e 1973 a partir de um determinado “fato” da festa do Divino, que até hoje acontece na Casa de Nagô, Casa das Minas e outras, onde após a derrubada do mastro, suas caixeiras se reúnem para folgar, na qual fazem uma festa chamada “Carimbó das Caixeiras”.
  • Esta dança trás duas características importantes, a religiosidade e a simplicidade da brincadeira junina. Ela trás na denominação uma palavra sem origem definida pela língua portuguesa.
  • A dança atualmente é tradição entre os folguedos juninos maranhenses. Com liberdade e descontração, as caixeiras cantavam as ladainhas em ritmo acelerado. Os homens também participavam da brincadeira marcada pela dança, versos, piadas e coreografias. 


Dança do Coco



                                                                      Imagem 5 - Dança do coco

  • Esta dança é originaria das rodas de quebradeiras de coco e considerada uma das mais representativas manifestações do folclore local, seu ciclo é durante os festejos juninos. É dançada em pares, sua coreografia é simples e a movimentação permite aos brincantes se posicionarem ora frente ora de costa.
  • A indumentária típica da brincadeira são roupas caipiras semelhante as da quadrilha. Os adereços que diferem o Coco em relação às outras danças de rodas são o cofo e a machadinha. Os instrumentos fazem alusão aos utensílios utilizados pelos trabalhadores nos babaçuais. Os instrumentos utilizados nessa dança junina são: a retinta, marcação, agogô, triangulo, ganzá e repique.


Dança Portuguesa


                                                                  Imagem 6 - Dança portuguesa

  • É uma dança executada em pares, uma das heranças bem portuguesa nas manifestações folclóricas maranhenses. Trajando roupas típicas de Portugal, com muitos bordados, com destaque às meias brancas e aos lenços nas mulheres, e chapéus e luvas nos homens, os pares dançam ao som de fados e viras. Um casal a frente comanda os passos.
  • A dança portuguesa não chega a ser uma das grandes manifestações folclóricas do período junino maranhense. No entanto, é uma dançadas que mais grupos representantes no Estado do Maranhão. É uma prova cabal da diversidade das danças folclóricas são-luisenses, traz a elegância dos movimentos com suas indumentárias peculiares acabam empolgando os assistentes dos mais diversos arraiais.


Dança de São Gonçalo

  • São Gonçalo no Estado do Maranhão é considerado o padroeiro das “titias”, o Santo da Esperança das solteironas. Oriunda da cultura lusitana, a dança é reverenciada com o baile ao “homenageado”. É realizado geralmente como pagamento de promessa feita ao santo.
  • As rodas ou jornadas de São Gonçalo são animadas pelos ritmos das violas, rebecas, castanholas e pandeiros. A dança é feita aos pares, tem coreografias entremeadas pelos tradicionais leilões de iguarias.


Dança do Caroço


                                                                   Imagem 7 - dança do caroço

  • Outra dança de origem afro é o Caroço, que tem no maranhão sua procedência da cidade de Tutoia. É uma dança livre, sem formação rígida, executada por brincantes de qualquer idade ou sexo. Quatro caixas-tambores, uma cuíca, um cabaça envolta em sementes de ave maria e/ou pau brasil formam a bateria dos instrumentos do Caroço, acompanhados por toadas improvisadas. Os cantores tiram as toadas, e os demais brincantes respondem com um refrão.


Dança do Lelê


                                                                    Imagem 8 - Dança do Lelê

  • Semelhante à Quadrilha, de origem Francesa, bailada por negros e velhos. Ela é uma especie de quadrilha do sertão, sendo que os passos são bem mais difíceis que o bailado convencional.
  • O Lelê é dançado em pares dispostos em filas duplas de homens e mulheres. O cordão é liderado pelos cabeceiras ou mandantes. O cabeceira de cima, o primeiro da fila dos brincantes, é quem ordena as variações dos passos.
  • Nas Festas Juninas são-luisenses é uma das danças que pontifica nos arraiais. A dança é composta de quatro partes. Na primeira é denominado de chorado, é uma especie de convite. Os participantes cantadores e trocadores se apresentam a saúdam uns aos outros. Formam-se, então os cordões. Depois é iniciada a dança grande- que é mais longa da festa - onde os brincantes mostram-se mais alegres e animados. Bom frisar, que o Lelê é dançado na sua maioria por pessoas idosas. Desta feita, também é chamada de dança de Velho.





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Fontes: 
REIS, José Ribamar Sousa dos. São João em São Luis: o maior atrativo turistico-cultural do Maranhão. São Luis: Aquarela, 2003.

Imagem 1 - Bumba-meu-boi. Imagem disponivel em:<patrimoniojovem.wordpress.com>. Acesso em 22 jul 2015
Imagem 2 - Quadrilha. Imagem disponivel em:<www.blogsoestado.com>. Acesso em 22 jul 2015
Imagem 3 - Tambor-de-crioula. Disponivel em:<www.blogsoestado.com>. Acesso 22 jul 2015
Imagem 4 - Cacuriá. Disponivel em:< wikidanca.net> Acesso 22 jul 2015
Imagem 5 - Dança do coco. Disponivel em:<olhares.uol.com.br>.Acesso 22 jul 2015
Imagem 6 - Dança portuguesa. Disponivel em:<saojoaoma.blogspot.com>.Acesso 22 jul 2015
Imagem 7 - dança do caroço. Disponivel em:<poemia.wordpress.com>.Acesso 22 jul 2015
Imagem 8 - Dança do Lelê. Disponivel em:<insiderbrazil.wordpress.com>..Acesso 22 jul 2015











segunda-feira, 20 de julho de 2015

Fichamento da obra SÃO JOÃO EM SÃO LUÍS: O MAIOR ATRATIVO TURISTICO-CULTURAL DO MARANHÃO - Parte III


Os principais arraiais

                                             Imagem 1- Bandeirinhas decorativas

  • “ARRAIAL – Lugar onde se juntam romeiros, onde há tendas provisórias, barracas de comestíveis, de jogos de diversões, e ornamentado, com musica, etc. Festa popular com barracas de comestíveis, jogos e diversões, etc...” (FERREIRA: 1993)
  • O Arraial Junino, de São João e/ ou das Festas Juninas, é uma área tratada, especificamente decorada para a ocasião, que inicia-se geralmente um dia ou dois antes da data que homenageia Santo Antônio (13 de Junho), terminando por volta do dia 30 de junho, dia dedicado a São Marçal.
  • O Arraial é composto dentro de uma área a céu aberto com barraquinhas de palha, bancas de jogos, comidas e bebidas típicas, shows musicais e o seu ponto alto, que são as apresentações das ricas manifestações da Cultura Popular Maranhense.

Os Vivas
  • O Projeto Viva, idealizado pelo Governo do Estado do Maranhão, tem a finalidade de criar nos mais diversos bairros da capital e até mesmo, mais recentemente*, em outras cidades maranhenses, uma infra-estrutura mínima para que as comunidades possam contar com uma área especifica para realizações de suas animações culturais preferidas, aos exemplos: Carnaval e Festas Juninas.
  • Tanto no Carnaval como no período junino a coordenação desses espaços culturais, através do FUNCMA, executa uma programação rica em atrações de manifestações folclóricas, bem como, shows musicais com artistas da terra. Em junho os Vivas se transformam em Arraiais organizados, onde além da programação artístico-cultural, as suas respectivas comunidades tem oportunidades de, num cenário informal, através das atividades de venda de comes e bebes e outros produtos e serviços juninos, agregar uma renda extra para seus orçamentos familiares.


São Luis: O maior arraial do Brasil

                                                        imagem 2- Brincantes

  • A cultura Popular Maranhense possui suas vigas mestras nos Festejos Juninos, dela saem o que intitulamos os monstros sagrados do folclore maranhense, quer na luta com os grupos de bumba-boi, de Carnaval e/ou de outras manifestações folclóricas. Esses monstros sagrados são, na sua absoluta maioria, homens e mulheres pobres, humildes, que trabalham na pesca, nas carroças, estivadores, aposentados, etc., cujo prato rotineiro em suas mesas é o peixe moqueado e/ ou assado na brasa e/ ou similares, com as cuias cheias da tradicional farinha d’água. É essa gente que faz o rico folclore de São Luis do maranhão, que sai de suas modestas residências, constituídas em grande numero de palafitas, carregando seus instrumentos preferidos e/ou com suas fantasias demandando sonhos de prazeres e alegrias. São ritmistas, matraqueiros, cablocos-de-pena, vaqueiros, cantadores, cazumbas, abatazeiros, passistas, mutucas, coreiros e coreiras, torcedores, etc., todos fazem o folclore local em suas bases mais tradicionais. Sem eles, não haveria Festas Populares Maranhenses. Eles são os lideres, donos dos grupos.
  • Em plena entrada do terceiro milênio, os Festejos Juninos São-Luisenses são, na atualidade, sem sombra de duvida, a maior manifestação, em termos de concentração publica de São Luis, e, porque não dizer, do Estado do Maranhão.

                                            Imagem 3 - formação de pares da dança Cacuriá

  • No mês de junho, a Ilha de São Luis se transforma em um imenso e único arraial! Por todos os cantos, becos, ruas, ladeiras, ruas e avenidas, bairros inteiros. Aonde você andar em São Luis do Maranhão no período junino vai observar inúmeros arraiais em qualquer roteiro da sua caminhada, são arraiais pequenos, médios, grandes e até mesmo gigantes. Todos com uma salada multicolorida de sons, ritmos que fazem um caldeirão musical dos mais apreciáveis, onde reinam as poéticas toadas dos bumba-boi nos seus variados sotaques somados a cada ano há mais outras variações de ritmos, mas o espaço é enorme e o próprio Bumba-boi cede área para outras manifestações folclóricas, sem de maneira nenhuma abalar seu reinado de maior folguedo maranhense.
  • É notório observar-se que os festejos juninos são-luisenses não são modais tão-pouco fenômeno de mídia. Acontecem pelo simples prazer popular. É o povo motivado pela crença nos seus santos padroeiros do mês de junho, é uma identificação da população maranhense.
  • São Luis mês de junho é de Sul a Norte, de Leste a Oeste só alegria, entretenimentos com as centenas de grupos de Bumba-boi, somados a danças por mais demais variadas. Tem satisfação para os mais diversos gostos. Para quem gosta das origens afro-brasileiras, os grupos de Tambor-de-Crioula fazem suas rodas em plenos arraiais e suas coreiras bailam em rodopiar deveras belo. Para quem quer relembrar as origens lusitanas pode assistir às Danças Portuguesas, com suas meias de crochê e seus lenços bordados. Já quem gosta das risadas e de forte animação tem as quadrilhas são a opção, sem falar no cacuriá com seu toque bem mais sensual, onde os casais aproveitam a dança como uma desculpa para roçar seus corpos. Afinal, tem forró, Reggae, com cantores da terra sendo destaque na programação dos arraiais, com shows especialmente criados para a época e um infinidades de atrações que só vindo conhecer o maior arraial do Brasil.


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Nota: *Essa obra foi publicada no ano de 2003
Fonte:  REIS, José Ribamar Sousa dos. São João em São Luis: o maior atrativo turistico-cultural do Maranhão. Sao Luis: Aquarela, 2003.
Imagem 1: disponivel em<www.asys.com.br> Acesso 20 jul 2015
Imagem 2: disponivel em:<domardenramalho.blogspot.com>. Acesso 20 jul 2015
Imagem 3: disponivel em: <valberlucio.com>. Acesso 20 jul 2015


Os santos por dia do mês de junho

DIA/ SANTO
SANTO PADROEIRO
OUTROS SANTOS COMEMORADOS
01 São Justino
Filósofos
São Pânfilo/ Santa Cândida/ Santo Herculano de Piegaro
02 São Marcelino e São Pedro

Santa Blandina/ Santo Erasmo/ São Nicéforo de Constantinopla
03 São Carlos Lwanga e companheiros

Santa Clotilde/ São Kevin/Mártires de Uganda/ São João grande e Santa Olivia
04 São Francisco Caracciolo

Santo Optato de Mileva/ São Petroco/ São Pedro de Verona e Santa Clotilde
05 São Bonifácio
Padroeiro da Alemanha
Santa Círia e São Fernando de Portugal
06 Bem-Aventurado Marcelino champagnat

Santa Paulina/ São Jarlath de Tuam e São Noberto
07 Santo Antônio Maria Gianelli

Bem-Aventurada Ana de São Bartolomeu/ São Colmano de Dromore/ São Meriadoque/ São Roberto de Newminster/ Santa Ana de São Bartolomeu e São Pedro de Córdova
08 Bem-Aventurado José de Anchieta

Bem-Aventurada Maria do Divino Coração/ São Guilherme de York/ São Medard/ São Salustiano/ São Clodolfo e Santa Melânia, a velha
09 Santo Efrém

Bem-Aventurado Jose de Anchieta/ São Ricardo de Andria e Santa Diana
10 Santa Alice

São Landerico/ São Getulio/ Santo Itamar e São Luciliano
11 São Barnabé

Santa Paula Frasinete/ São Parísio/ Santa Maria Rosa Molas e Y vallve
12 Santo Onofre

Santo Onofre/ Santo Olimpio/ São Gaspar Bertoni/ São João de São Facundo/ Santa Alice/ São João de Sahagún e São Leão III
13 Santo Antônio de Pádua e Lisboa
Padroeiro de Portugal/ dos casamentos e ceramistas
São Bernardo de Claraval e Santa Aquilina
14 Santa Iolanda

Santo Eliseu/ São Valerio e São Rufino/ Santa Digna e São Metódio de Constantinopla
15 São Vito

Santa Germana/ Santa Libia e Santa Edburga de Winchester
16 São Ciro e Santa Julita

Santo Ureliano/ São Beno/ São João Regis/ Santa Lutgarda/ São Ticao de Amato/ São Similano e São Quirico
17 Santo Adolfo de Osnabrueck

São Bessario/ São Botulfo/ Santo Hervê/ Santo Ismael/ São Miguel/ Santo Alberto Chimielewski e São Gregorio Barbarico
18 Santa Juliana de Falconieri

São Gregorio Barbarigo/ Santa Isabel de Schônau/ São Marcos e São Marceliano/ Santo Amando de Bordeus e Santa marina
19 São Romualdo

São Gervasio e São Protasio/ Santa Juliana Falconieri e São Bonifácio de Querfurt
20 São João Fisher e São Tomás More

São Rafael Palacios/ Santa Vicência Gerosa/ Santo Adalberto de Magdeburgo/ Santa Florentina/ São Silverio e Santa Miquelina de Pesaro
21 São Luis Gonzaga
Padroeiro dos estudantes
Santo Albano/ São Demetrio/ Santo Aloisio e São Meveno
22 Sagrado coração de Jesus

São Paulino de Nola/ São João Fisher/ São Tomás Morus/ São José de Cafasso/ Santo Albano e Nicetas de Remesiana
23  Imaculado coração de Maria

Santa Agripina/ Santa Edeltrudes e Bem-Aventurado Bento Menni
24 Natividade de São João Batista
Padroeiro dos hoteleiros, hospedes e prisioneiros
São Fausto e São Firmo
25 São Guilherme de Vercelli

São Maximo de Turim/ São Luano/ São Prospero de Aquitânia e Santa Febroônia
26 São João e São Paulo

Santo Antelmo/ São João de Godos/ Santa Perseveranda e São Maxênico
27 São Cirilo de Alexandria

Santa Madalena Fontaine/ São Ladislau e nossa Senhora do Perpetuo Socorro
28 Santo Irineu

Santo Austolo/ Santa Potamiena/ Santa Vicência e Santo Argemino
29 São Pedro e São Paulo
Padroeiro dos cavaleiros/Grecia/Malta/ Roma/Oficiais de diligencias/ Pedreiros/ Pescadores/ Porteiros
Santo Anastácio/ Santa Ema e Santa Judite
30 Os primeiros mártires da Igreja de Roma

Santa Luciana/ São Basilides/ São Teobaldo e São Marçal

Fonte: Revista santo do dia de junho de 2001. Casa dois editora. São Paulo.

Disponivel também na obra SÃO JOÃO EM SÃO LUÍS: O MAIOR ATRATIVO TURISTICO-CULTURAL DO MARANHÃO .pagina 98